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Máquina de plantar florestas gera esperança na luta contra o desmatamento

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Criada pela empresa Mahogany Roraima, máquina de plantar floresta tem capacidade de plantio de 20 hectares a cada 3 horas e meia; Cem máquinas plantariam, em 14 anos, 1 trilhão de árvores – suficientes, segundo cientistas, para conter o aumento do efeito estufa no planeta

O desmatamento anual na Amazônia, medido entre 1º de agosto de 2018 e 31 de julho de 2019, foi de 9.762 km², considerado o maior para o período em um intervalo de dez anos e 29,5% acima do registrado no mesmo período anterior, de 7.536 km².

Os dados são do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e foram apresentados na segunda-feira (18), na presença dos ministros Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Marcos Pontes (Ciência) e do diretor interino no instituto, Darcton Damião.

Com o objetivo de acelerar o reflorestamento nessas áreas devastadas, a empresa brasileira Mahogany Roraima, quarta maior produtora de mogno africano do mundo, criou uma máquina 100% automática, com capacidade para plantar mudas de espécies diversas numa velocidade de 13 km/h – ou 20 hectares a cada 3 horas e meia.

E essa velocidade ainda pode melhorar. “Estamos trabalhando para melhorar a sua performance”, informa Marcello Guimarães, presidente do Conselho Administrativo da empresa.

Segundo ele, graças à máquina, a Mahogany tem condições de plantar 16 mil árvores em apenas 3 horas e meia, com apenas três operadores. “Com dez máquinas poderíamos plantar 200 hectares de floresta a cada 3 horas e meia. Em um ciclo de 24 horas, poderíamos plantar 1.200 hectares por dia ou 438.000 hectares por ano usando apenas dez máquinas. “, calcula Guimarães.

Com 100 máquinas, então, em apenas 14 anos seria possível plantar 1 trilhão de árvores, que, segundo cientistas, seriam suficientes para conter o problema de emissão de gases que causam o efeito estufa no planeta.

“Atualmente, as maiores plantações de floresta do mundo somam uma média de plantio de 42 milhões de arvores por ano. Neste ritmo, demoraria 23 mil anos para atingir o número de plantios necessários”, exemplifica o empresário.

De acordo com ele, a única dificuldade de um plantio em massa – a produção de mudas em larga escala – poderia ser solucionada com a instalação de viveiros em diversos estados ao mesmo tempo, mesclando a produção em 50% de espécies nativas e 50% de exóticas.

“Ajudaria a resolver o problema de corte de árvores nativas no futuro, porque estaríamos plantando espécies que podem ser cortadas também. As nativas permaneceriam no local formando as novas florestas, e as exóticas, anos após o plantio, poderiam ser cortadas para a indústria madeireira. Resolveríamos, assim, dois problemas: o ambiental, que requer urgência em plantar florestas, e o de extração ilegal de madeira”, conclui.